10 de abril de 2020

Onde comprar chás chineses: TeaVivre

Quando a gente curte um bom chá vira uma questão às vezes problemática onde comprar um bom chá. Agora no Brasil há várias iniciativas que providenciam bons chás ao público, sejam eles brasileiros mesmo ou importados e vendidos aqui. Posso indicar a Infusorina e a El Té, só para citar alguns que estão há bastante tempo no mercado,.

Antes (mais de 4 anos pra trás) não havia tantas possibilidades por aí, o que restava era importar. Eu gostava de comprar pelo Ebay até descobrir uma empresa que tem um site lindo de vendas, chamada TeaVivre. Pois é lá que ainda compro chás quando meu interesse são os puros chás da China.

Digo um site lindo porque eles trazem informações detalhadas de cada chá, e isso é uma maravilha pra quem se interessa pelos pormenores da bebida. Dados como data de colheita, local da plantação, quantidade de cafeína e etc são bem interessantes para se saber.

Eis alguns dados do chá "Fengqing Dragon Pearl Black Tea":



Acho ótimo que se preocupem com todas essas informações.

Já comprei umas quatro vezes lá. Na última vez, acumulando pontos pelas outras compras, consegui um bom desconto no pedido, fica a dica.

É de lá que peço, por exemplo, o Keemun que é o chá preto que bebo com mais frequência e acho uma delícia. Outro exemplo do que comprar deles é o Dragon Well, um dos mais famosos chás verdes. Ou o Lapsang Souchong, preto bem defumado com sabor forte característico. Ou então algum chá branco como o Silver Needle (não meu favorito mas é famoso), ou os oolongs mais oxidados (como o Rou Gui ou o Da Hong Pao, ótimos), ou algum pu-ehr bem pegado (tem um que vem dentro de uma tangerina que é bem divertido - este da foto abaixo).



Até ano passado eles disponibilizavam pacotinhos tamanho amostra para você pedir, de 7 ou 8 gramas, daí pedindo dois de cada já dava um bom acervo para beber algumas xícaras. Agora só consegui ver pedidos a partir de 100g, o que limita um pouco o que se pode pedir, é verdade, mas fiquem com minhas dicas do parágrafo anterior e explorem o site deles, que tem outras várias possibilidades de sabores.

Pra quem está interessado em chás puros chineses, aqui no Brasil a Chá Yê trabalha com esses tipos de chás, que eles vão buscar todo ano lá na China mesmo, e o site deles também tem muitas informações bacanas.


10 de março de 2020

Bubble tea ou chá com pobá, em São Paulo

Vou publicar este texto que eu escrevi há uns dois anos mas nunca tinha publicado por estar esperando eu editar as fotos que fiz lá na loja, algo que nunca mais aconteceu. A loja já se mudou de localização (está maior e mais bonita agora), mas tudo que falo no texto ainda é verdade. 

Sempre que vou a São Paulo vou na Tea Station. E nunca falei nada aqui no blog. Mas agora vou falar, sim.

Eles lá servem bubble tea. Não tem exatamente um nome pra chamar isso em português. Eles mesmos chamam de chá com pobá (em outros lugares pode ser "suco de pobá"). "Pobá" sendo então as "bubbles" do nome em inglês, que são, então, essas bolas que vocês podem ver na bebida nas fotos. São mais ou menos iguais sagu, só que bem maiores e geralmente são pretas. Mas são isso: sagus gigantes. Se você nunca provou pode parecer muito estranho ou ruim pensar nisso, mas na verdade são muito boas e muito agradáveis de tomar.

As bolinhas, então, assim como sagu, são feitas de mandioca (em inglês, são chamadas "tapioca pearls"). São colocadas num chá gelado, com ou sem leite, com ou sem outras coisas. E você toma e come ao mesmo tempo. Acho bem divertido e agradável.



Pois na Tea Station temos o melhor pobá do bairro da Liberdade. Subindo a rua lateral temos um outro lugar que também serve, já tomei lá também mas achei complicado de pedir, então nunca mais fui.

Temos diferentes opções para pedir na Tea Station. Eu, como intolerante à lactose, sempre peço sem leite. Minhas recomendações são: chá vermelho com mel e pobá, e chá verde com pobá. Eles fazem lá o preparo usando (acredito) um concentrado de chá e os outros ingredientes e te entregam um copo lacrado e um canudo grosso o suficiente pra passar as bolinhas de cerca de um centímetro.

Se tiver lugar disponível, é bom sentar um pouco dentro do estabelecimento e aproveitar o visual das centenas de bilhetes coloridos colados na parede.

O serviço deles é eficiente, rápido e a bebida é gostosa, as bolotas são firmes mas macias, agradáveis de mastigar, e o chá é adoçado mas realmente tem gosto de chá. (Aliás, eles usam a nomenclatura de cor da china para indicar a cor do chá: na verdade o chá vermelho é o que chamamos chá preto).

Aproveitando que vou na Liberdade tomar bubble tea, faço uma pequena excursão aos mercadinhos orientais da rua Galvão Bueno e compro muitas coisas diferentes por lá. Sempre uma aventura.

Crédito da foto: Facebook da loja. Visite para mais informações.

Agora a Tea Station fica na Rua da Glória, 326, no subsolo (tem uma escada pra vc descer).

Clique aqui para um Vídeo sobre a Tea Station que não consegui publicar aqui.

1 de agosto de 2017

Starbucks vende a rede de casas de chá Teavana

Dei aqui no blog "em primeira mão" quando o Starbucks comprou a rede Teavana, que era a maior rede de casas de chá com Estados Unidos, lá em 2012. E agora eis que temos a notícia de que vão fechar tudo.

Havia toda uma expectativa do que iria acontecer, e eles tiveram como objetivo tirar as lojas de dentro dos shoppings, como eram (só chá pra levar e pra comprar as folhas, sem mesas), e transformá-las em algo tipo o Starbucks mesmo, uma casa de chá onde você vai, escolhe entre diversos tipos de bebidas do cardápio (ou da parede de chás, onde estavam todos os chás, em latas), entre vários pratos disponíveis, com diversos atendentes, senta nas mesas/sofás e aproveita o wifi num ambiente climatizado.

Eu mesmo cheguei a visitar uma Teavana em Nova Iorque, bem linda toda, mas com o atendimento dificultoso, que me rendeu esquecerem de fazer o prato que eu havia pedido (daí tive que ir reclamar em inglês, já viu, né). E daí, só porque gostei, cito este trecho do meu texto de então: "E as chicken rice balls eram bem boas e nutritivas, mas servem sem faca, fica difícil você tentando ser chique na Madison Avenue tendo que cortar bolas densas de arroz com um garfo em cima de uma tabuinha."

São, portanto, 379 lojas que eles vão fechar até ano que vem. Não é pouca coisa, são 3.300 empregados.

Como eu li numa página do Facebook chamada Tea Around Town: "Chá não é uma indústria que favorece uma comunidade que não se importa com o que consomem. Chá é uma indústria de educação, de evolução de gostos e conhecimento, e é sobre pensar em ser saudável."


25 de janeiro de 2017

Provando: Amazonia Coco + Chá branco

Encontrei numa loja essa bebida da marca Amazonia, que se diz água de coco com chá branco. Peguei assim, porque queria tomar alguma coisa, na surpresa, sem ler a embalagem nem nada.



Na hora de tomar fui ler, então assim: o primeiro ingrediente é água. Só água mesmo. Por lei, os ingredientes têm que vir em ordem de quantidade, portando o que mais tem na bebida esta é água. Água normal.

Segundo e terceiro ingredientes: água de coco e chá branco. Hum, ok. O que vem a seguir? Sabores adicionados de água de coco e chá branco; aromas concentrados. Muito engraçado. Não tem a quantidade - e a qualidade - suficiente dos ingredientes originais pra dar gosto, eles botam um gosto que veio de laboratório.

Como não sabemos a porcentagem das coisas, não te duvido que tenha, digamos, 70% de água e o restante é que são os ingredientes do marketing e mais os gostos artificiais. Não sei, só imagino.



E o sabor, é bom? Olha, muito bom não é, mas também não é muito ruim. Uma coisa assim média, que nem a desculpa de ter nutrientes do coco e do chá tem, porque devem estar em quantidade pequena. Realmente, não vale a pena.

E tem açúcar também. Pelo menos, lhes digo, o açúcar não é um dos principais ingredientes. Muita coisa se vende por aí como "água de coco" que é uma água com açúcar sabor coco. Aqui este problema não temos, apesar ainda da sua presença.

Você veja que na imagem esta que eles divulgam (lá em cima do post), diz que é sem açúcar. Não percebi se a embalagem que eu comprei vinha dizendo isso (agora já botei fora), acredito que não, pois tem açúcar. Então parece que eles têm uma nova versão que é sem açúcar.


19 de dezembro de 2016

Casas de chá em São Paulo: Bistrô Ó-Chá e The Gourmet Tea

Viajei mais uma vez a São Paulo e fui visitar algumas casas de chás e cafés. Não deu para ir em tudo que eu planejei porque no primeiro dia me empanturrei de chá e só fui nessas duas abaixo, em vez de ir também na Chá Yê e no King of the Fork; mas aqui temos então minhas impressões sobre onde eu fui:

- Bistrô Ó-Chá - sempre foi minha casa de chá preferida por lá, já falei dela aqui e deveria ter feito outro post ano passado, mas não fiz (nem sobre a Chá Yê, que eu visitei em 2015 também e merecia um post). Desta vez não foi tão boa a experiência, apesar da excelente comida, conforme abaixo:

a) fui almoçar e em nenhum lugar lembro de ter visto que eles só servem almoço a partir das 12:30h (e eu sigo eles no Instagram e todo dia tem foto dos pratos do almoço); chegamos um pouco antes das 12h e tivemos que esperar até o tal horário para fazer o pedido de almoço, o que não é exatamente ruim, mas né, horários claros nas divulgações são sempre bons - pra turistas então, que não estão com os horários mais largos do mundo, ainda melhor;



b) não tem cardápio escrito pro almoço, daí o atendente tinha que ficar te dizendo, de cor, todos as opções do dia: 2 entradas e 3 pratos principais, com descrição dos ingredientes; entendo que os pratos são diferentes a cada dia, mas imprimir umas folhas A4 é baratinho e facilitaria muito e deixaria o momento do pedido menos estranho (porque você tem que prestar atenção em tudo e se lembrar de tudo para fazer o seu pedido, daí você não lembra e tem que ficar perguntando) - mesmo escrever com um giz na parede já seria de grande ajuda (na saída vi que escreveram num quadro lá na entrada - quando entramos ainda não tinha, mas igual é na rua); se para nós foi meio complicado, imagina pra quem é estrangeiro e vai comer lá;




c) tem um cardápio enorme impresso de chás quentes, mas não tem nada escrito com os chás gelados disponíveis, o atendente, de novo, tem que ficar te dizendo as 5 ou 6 opções de blends disponíveis (e nenhum, aparentemente, é com chá de verdade, o que tirou um pouco da graça pra mim, mas os sabores disponíveis são bem interessantes);

d) foi R$ 42,00 o almoço, com uma entrada e um prato principal e uma sobremesa e um chá. Preço ótimo, mas a sobremesa era meio matada (MEIO muffin com sorvete);


e) achei que o atendimento pode melhorar; o atendente era meio displicente e a complicação toda de horário e cardápios fez a visita não ser tão legal, além de a criança pequena que estava com umas meninas ter começado a chorar em algum momento; criança chorando é um terror;

f) o arroz com lula, prato que eu pedi, era muito bom: um tempero sensacional;

g) eles servem chá em bule, o suficiente para umas três xícaras, então dá pra dividir se quiser.



Uma foto publicada por Ederson Nunes (@ederson_nunes) em

Saiba mais sobre o bistrô: http://www.bistroocha.com.br/ Ele fica na Rua Alpicuelta, 194. Pra chegar lá, desci na estação Fradique Coutinho e peguei um táxi, porque é um pouquinho longe e tem que ir subindo - obviamente, com muita disposição, se vai a pé.


- The Gourmet Tea - há três anos não ia aqui, fui lá conferir como andam (post anterior aqui). Mais ou menos da mesma forma: é um lugar com cara moderna, colorido, que tem ainda os mesmos sabores de chás (já devo ter provado todos que me interessavam, os que não me interessavam continuam não me interessando).


Pedi um petit gateau pra comer, que veio numa apresentação diferente: o bolinho totalmente coberto pelo sorvete; ele se diz "artesanal" em toda parte no cardápio, mas o sorvete era um pouco duro (não dava pra cortar com a colher sem apertar e transbordar o potinho) e o bolinho um tanto doce demais.



O atendimento foi bom, são simpáticos. Tudo certo, é agradável, tem boa variedade de bebidas, mas não me dá aquele "oh que bom, quero voltar". Eles têm o sistema de você preparar o chá na mesa, o que é charmoso, mas colocando o chá em cima da água (e não o contrário) deve ocasionar algumas infusões mal feitas, por causa da tensão superficial (no meu caso, pedi uma infusão de mate, que é bem picotadinho, deu tudo certo).



Saiba mais sobre a casa: http://www.thegourmettea.com.br/ (esta que eu fui é uma das unidades - a primeira, na Rua Matheus Grou, 89. Tem outras em outros lugares).


Aproveitando, falo que nesses três anos o bairro (Pinheiros) mudou bastante. Agora tem novas estações de metrô e as ruas todas se transformaram em uma concentração de comércio hipster - não tem uma farmácia (não achei mesmo, estava procurando e andei bastante), mas você tropeça em qualquer coisa "gourmet" a cada 10 passos.

24 de novembro de 2016

Chaleira elétrica Arno Gaúcha

Eu usava uma chaleira elétrica com controle de temperatura da Philips, a HD 4631, comprada no Uruguai, era de fabricação argentina e pensada para quem fosse fazer chimarrão (na caixa, inclusive, havia uma foto de uma cuia de "mate") - isso porque a temperatura ideal para a água do chimarrão é em torno dos 75ºC, como já falei aqui no blog.

Essa HD 4631 é bonita, robusta, faz um trabalho ótimo e tem 3 temperaturas: uns 75ºC, uns 90ºC e 100ºC. Recomendo.

Ela estragou depois de mais de 3 anos de uso, e, como não iria ao Uruguai só pra comprar uma, me dediquei à tarefa mais complicada: encontrar uma chaleira elétrica com controle de temperatura no Brasil (isso e um moedor de grão de café decente são artigos raros por aqui). A única que achei, com tamanho bom e valor comprável, foi uma da Arno, chamada de Gauchá (risos).

Pois sim, com este nome, novamente ele é um produto voltado a quem quer fazer chimarrão - e chá, suponho. No manual diz que ela deveria ter também três temperaturas: 75ºC, 85°C e 100ºC.

No entanto, já achamos algo que não está certo quando vemos a caixa. Na verdade, ela não se chama Gauchá, como está em todo lugar na internet, inclusive nas fotos. Ela vem com o acento em outro lugar e se chama Gaúcha.


Tudo bem, eliminaram o trocadilho. Só que a problemática toda é o controle de temperatura dela. Não é bom. Fiz as medições de temperatura e temos assim: na posição inicial do botão ela aquece a água a 85ºC; na posição do meio não faz nenhuma diferença, porque fica sempre igual à inicial; e na posição final ela ferve.

Então temos um produto que promete três, dá dois e ainda com a temperatura errada. Vejam que a temperatura ultrapassa o ideal para o chimarrão, assim sendo irônico que ela se chame "gaúcha" mesmo.

Não recomendo. Infelizmente o valor dela não é dos mais baixos (custou R$ 148,00 na Ricardo Eletro, lugar com preço mais barato, nos outros sites era mais de R$ 170,00), e não me liguei no defeito das temperaturas até um tempo depois de comprada (não estava fazendo chás com ela, porque ela fica no meu trabalho).

Com o nome Gauchá, como estava nos sites de vendas todos quando comprei
Enfim, dá pra usar, mas naquelas. Esses dias inclusive li um texto sobre como muitas coisas no Brasil são assim: ah, dá pra usar, não é tão bom, mas vamos levando.

Veja o que diz no manual:



21 de novembro de 2016

Provando chás verdes Yamamotoyama

Estou eu aqui com alguns chás Yamamotoyama para escrever a respeito há um tempo, e nunca me arranjava tempo e disposição para provar, anotar, testar, fotografar. Eis que a disposição chega e então vamos à luta.

A Yamamotoyama do Brasil é uma empresa brasileira, com cultivo dos chás no interior de São Paulo, assim como outras marcas das quais já falei aqui (Amaya e Obaatian). Até pouco tempo, era a única que produzia chá verde decente em solo brasileiro, agora a Amaya está se propondo a isso também - embora a maior experiência, técnica e variedade de tipos ainda deixem a Yamamotoyama  bem na frente.


O site deles é bem bom em explicações, você pode visitar lá e saber que "em 1970, foi fundada em Tapiraí, Estado de São Paulo, a empresa Green Tea, predecessora da Yamamotoyama do Brasil", entre outros detalhes da empresa.

Eles me enviaram três tipos de chás para eu provar, logo abaixo falo sobre cada um deles. São todos verdes - eles só produzem chá verde e um chá branco. As instruções de preparo são as mesmas para todos, e são um pouco confusas (pedem para colocar as folhas em uma chaleira - o que pode parecer que é pra fazer cocção e não infusão - e depois despejar "a água fervida", mas não disseram pra ferver a água) mas, enfim, imaginei o que eles estava querendo dizer e preparei todos do mesmo jeito: utilizei em torno de dois gramas de chá para uma xícara de 210 ml, o que dá uma colher de chá bem cheia de folhas, ou duas rasas; coloquei água quente, em uma temperatura de aproximadamente 80ºC, e deixei por dois minutos (água boa para chá verde é entre 80ºC e 85°C, geralmente; é só desligar quando começar a querer se formar borbulhas grandes no funda da chaleira, ou deixar ferver e aguardar uns dois a três minutos antes de colocar no chá). Nestes chás o tempo e a temperatura são importantes, pois amargam fácil, é bom se ligar se não quiser ficar com uma infusão ruim na sua xícara. O resultado temos a seguir:



- Guenmaicha - é o tradicional chá japonês com arroz torrado (foto mais abaixo). Uma diferença deste chá Yamamotoyama é que os outros guenmaichas que eu conheço vêm com os grãos de arroz no estilo "flocos", alguns até com os flocos estourados como pipocas (veja aqui um exemplo), e este aqui vem com o que parece mesmo arroz cru torrado. É bom, suave, com o característico sabor tostado do arroz, e o chá sem ser amargo, dando uma infusão verde claro - neste caso, é uma mistura muito acertada de sencha com bancha, resultando numa bebida leve mas marcante. Guenmaicha acho uma boa opção para acompanhar uma refeição ou pra dar aquela esquentada num dia frio. Diz no site deles que contém matcha também (o que explica o pozinho verde que cobre as folhas e a cor mais viva da infusão), não sei por que não está escrito isso grande na embalagem, pois é algo que chama a atenção do público, mas para o sabor não faz muita diferença (já havia provado um guenmaicha do Japão mesmo com matcha, e o sabor é parecido demais com o sem matcha).

Nota do Chato dos Chás: 4 de 5 (sabor marcante e leve, sem amargar)

- Bancha torrado - Segundo eles, "é o bancha passado pela máquina de torrefação depois de pronto". Gosto bastante, tem um sabor marcante, que parece alguns oolongs mais oxidados que já provei (especialmente o Butterfly), não é pesado e, diz a marca, tem pouca cafeína. A cor da infusão é um marrom claro bem transparente. As folhas são amarronzadas também, com aroma forte de tosta. Ele amarga com facilidade, então se deixar um pouco além do tempo já fica com uma bebida menos agradável (se ficar um pozinho no fundo depois de coado, pode crer que o final da xícara estará com amargor).

Quero aqui fazer uma observação: na embalagem deste Bancha, ele tem a identificação "chá verde torrado", o que leva pessoas a crerem que banchá é chá verde torrado, mas não é; banchá é um tipo de chá verde, como já falei num post aqui. Neste caso, ele é torrado, e a mesma marca tem um outro banchá que não é torrado. Mais claro seria que a identificação na caixa fosse mesmo Bancha Torrado.

Nota do Chato dos Chás: 3,5 de 5 (porque amarga fácil, acaba ficando uma bebiba menos boa no final da xícara, onde está o pozinho  que passou do coador)

Atualização: fui alertado nos comentários sobre o fato de as embalagens trazerem os nomes dos chás em japonês, e a do banchá dizer "houjicha", que é exatamente um chá verde torrado (geralmente bancha mesmo).

- Orgânico - É o que eu mais tomei, porque gosto da proposta deles de fazer um chá orgânico e queria alguma possibilidade de gostar dele porque estava difícil. Segundo a marca, o chá está "na sua forma natural, sem efetuar processos como seleção e processos industriais", daí não acho que vale a pena, já que o que dá o sabor e a característica de cada chá é o modo como é selecionado e processado (além do modo como foi cultivado), se você só vai colher e vender, é como tomar o chá que sua vizinha hippie plantou na hortinha da sacada e não vai ficar legal - pode ser até uma proposta linda, mas não é assim que funciona um bom chá (e estou falando de chá de Cammelia Sinensis, não de infusão de ervas, que daí pode sim funcionar o "colher e ferver"). Pois não ficou legal mesmo. É o chá com menos sabor e menos profundidade sensorial: ou você faz e ele fica quase sem gosto ou ele fica amargo demais (demais!). Se deixar um pouco mais que dois minutos, ou se colocar água muito quente ou se ficar um pozinho no fundo depois de coado (sempre fica), pode crer que a bebida vai ficar muito amarga e desagradável. Aqui eu lembro: chá verde não tem que ser amargo e desagradável!

Nota do Chato dos Chás: 1 de 5 (porque não adianta ter uma proposta boa - e não digo que ser não-selecionado e não processado é bom, mas sim ser orgânico -, tem que ser um bom chá)



Eles produzem alguns chás de provável maior qualidade, como o sencha e o sincha, estes ainda não provei. Já havia tomado muito antigamente o chá verde mais comum deles, que vendem em pacotes de plástico em vários lugares, e ele era bem bom na época que tomei (falei um pouco dele em um post sobre amostras).

Para saber onde comprar chás Yamamotoyama, visite o site deles, lá tem uma página para indicar locais de venda (em Porto Alegre, o verde simples do saco plástico se acha com alguma facilidade no Mercado Público).

Site da marca: http://www.yamamotoyama.com.br


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